DACAR, Senegal (ACNUR)
– O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) disse hoje que os embates
entre tropas malianas apoiadas pela França e grupos islâmicos ligados à Al
Qaeda no norte e no centro do Mali já causaram novos deslocamentos dentro do
país e em direção a países vizinhos.
Os países
vizinhos ao Mali já abrigam cerca de 144,5 mil refugiados, sendo cerca de 54,1
mil na Mauritânia, 50 mil no Níger, 38,8 mil em Burkina Fasso e 1.500 na
Algéria. Pequenos grupos também se encontram em Guiné e Togo. Dentro do país,
as autoridades nacionais já contabilizam cerca de 228 mil deslocados internos.
Desde a última
sexta-feira, equipes do ACNUR reportaram a chegada de 450 novos refugiados no
oeste de Níger, que foram registrados em campos (como Mangaize) ou acomodados
em cidades da região (Banibangou e Tillabery, na região de Tillia). “Os
refugiados estão nos dizendo que fugiram das operações militares, da falta de
oportunidades de subsistência e serviços básicos e da imposição da lei islâmica
Sharia”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
Em Burkina
Fasso, 309 pessoas chegaram em campos de refugiados de Damba e Mentao, no norte
e nordeste do país. Na Mauritânia, 471 malianos foram acolhidos no centro de
recepção de Fassala, próximo da fronteira com o Mali. Eles serão transportados
para o campo de Mbera, que já abriga cerca de 54 mil refugiados malianos
deslocados em 2012.
Mulheres e
crianças da região de Lere, no Mali, representam 90% das novas chegadas. “O
ACNUR atualizou seus planos de contingência devido ao potencial de novos
deslocamentos para países vizinhos e dentro do Mali, e estamos prontos para
responder com a assist6encia necessária”, disse Edwards.
Segundo o
porta-voz, a situação sobre o deslocamento de civis dentro do Mali é menos
clara. “De acordo com a Comissão sobre Populações em Movimento do Mali e outras
fontes confiáveis, 648 pessoas chegaram na capital Bamako entre os dias 10 e 13
de janeiro, vindas do norte do país. Outras 360 chegaram em Segou e outras 226
chegaram em Mopti, vindas da região de Timbuku (no centro do país)”.
Edwards disse
ainda que metade da etnia Konna (cerca de cinco mil pessoas), na região de
Mopti, fugiu do local por meio do Rio Níger, buscando abrigo em comunidades
vizinhas. Mais ao sul, na região de Segou, já estão abrigados cerca de 30 mil
deslocados internos malianos.
A capital do
Mali, Bamako, já abriga cerca de 52 mil deslocados internos. Segundo o ACNUR,
muitas famílias vivem em quartos precários, sem eletricidade ou acesso a água
potável, que geralmente não têm espaço suficiente para acomodar todos os
integrantes de uma mesma família. As necessidades de dinheiro, comida e abrigo
são grandes, e o ACNUR está trabalhando com parceiros para estabelecer
atividades de geração de renda que possam minimizar os problemas.
“Ao mesmo tempo,
continuamos prestando assistência aos refugiados que estão nos campos de
Burkina Faso, Níger e Mauritânia, com água potável, infraestrutura sanitária e
de higiene, cuidados médicos e educação”, acrescentou o porta-voz do ACNUR,
Adrian Edwards.
Em Burkina
Fasso, o ACNUR realocou cerca de cinco mil refugiados malianos para campos mais
seguros e afastados da fronteira com o Mali. Outros 13.500 refugiados serão
realocados nas próximas semanas das áreas de fronteira para campos mais
seguros.
Até agora, o
ACNUR recebeu 63% (cerca de US$ 77,4 milhões) dos US$ 123 milhões necessários
para apoiar suas operações de proteção e assistência a refugiados e deslocados
internos malianos.
Na região do
Mali, o total de refugiados já chega a 144,5 mil, sendo cerca de 54 mil na
Mauritânia, 50 mil no Níger, 38 mil em Burkina Fasso e 1.500 na Algéria.
Pequenos grupos também se encontram em Guiné e Togo.
A população
deslocada internamente no Mali (incluindo aqueles deslocados no ano passado e
nas últimas semanas) é estimada pelas autoridades do país em cerca de 228 mil
pessoas.
Por Hélène Caux,
em Dacar, Senegal
Por: ACNUR
Nessun commento:
Posta un commento